Aos 35 anos de idade, o goleiro Nilson (ex-ídolo de Santa Cruz e Náutico) vai, enfim, poder defender a meta de uma seleção. Não, ele não foi um convocado surpresa de Mano Menezes para a Canarinho. Tampouco foi chamado para defender Portugal, país no qual atua e onde goza de grande prestígio. Mesmo sem nunca ter colocado os pés em Burkina Faso e sem ter parentes nascidos no país africano, o jogador foi convocado pelo técnico português Paulo Duarte, que deu início ao processo de naturalização do arqueiro do Vitória de Guimarães.
O goleiro capixaba, vice-campeão mundial sub-20 com o Brasil em 1995, afirmou que aceitou a proposta por nunca ter realizado o sonho de ser convocado para a seleção principal. Como só defendeu seleções de base em seu país natal, a Fifa não impede que o jogador possa jogar por outra seleção. E a data para Nilson estrear como goleiro de Burkina Faso já está marcada. No próximo dia 4 de junho, o campeão pernambucano pelo Náutico em 2004, defenderá a sua nova nação, diante da Namíbia, pelas eliminatórias da Copa das Nações Africanas 2012.
Há seis temporadas como titular do Vitória de Guimarães, Nilson é considerado o "segundo melhor goleiro do Campeonato Português, atrás apenas do brasileiro Hélton (Porto, ex-Vasco)", nas palavras do seu novo selecionador. Paulo Duarte ainda revelou que bastou apenas meia hora para que o goleiro decidisse atuar pela seleção burquinense. Contar com jogadores naturalizados não é novidade na seleção de Burkina Faso. Atualmente, a equipe conta com um jogador camaronês e outros três da Costa do Marfim. No entanto, nenhum deles é goleiro, posição na qual Duarte considera faltar alguém de maior qualidade.
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